Olá pessoal, tá ‘nice’ ?
Se tenho saudades? Sim, mtas! Saudades de um bom abraço apertado no cerejinha, gogô e lolô! E um bom bjo molhado na evezinha! E lógico uma gelada compartilhada com os amigos! No entanto, preencho 100% do meu tempo e consigo evitar sem problemas uma baixa na motivação!
Depois de muito tempo, a vontade de escrever retornou. A preguiça havia tomado conta, mas agora reafirmo meu compromisso pessoal de tentar transcrever o que se passa em terras africanas.
Muita coisa aconteceu nesses últimos dois meses e eu que imaginava que teria uma rotina por aqui, percebi que o dinamismo tem sido intenso neste intercâmbio.
Trabalho, relatório de estágio, mta capoeira e academia durante a semana. E praia sempre que possível! A capoeira tem sido mto boa principalmente pelo contato direto com os moçambicanos – pura cultura!
Em setembro, durante 4 dias, tivemos uma grande greve nas cidades de Maputo e Matola. Confusões em diversos pontos, especialmente nos bairros suburbanos, onde vivem as camadas mais desfavorecidas. Manifestantes montaram barricadas nas estradas, lançaram pedras contra a polícia e viaturas e queimaram pneus. Toda a organização da manifestação ocorreu por SMS (o uso de mensagem é muito comum em Moçambique e mostra o poder da rede) . Exatamente numa quarta-feira de manhã, quando eu estava indo para o trabalho, ‘dou’ de frente com uma barricada de pneus em chama no caminho Maputo-Matola. Volto para a casa e fico 3 dias sem trabalhar a fim de evitar sair nas ruas. De longe escutava tiros da AK-47 – muitos disseram que a polícia utilizava balas de borracha, não consegui confirmar isso. O motivo da greve: entraram em vigor, por todo o país, novos preços da água e da luz e do pão. Estes reajustes seguiram o aumento do preço dos combustíveis, material de construção e produtos alimentares básicos. O curioso é que a greve foi geral onde toda a população parou. O governo demorou, mas veio a público decretar medidas para deter o aumento. Na segunda-feira tudo a tranqüilidade da vida moçambicana já estava de volta. Acredito que Armando Guebuza também ficou contente.
Mais informações no site do UOL: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/internacional/2010/09/03/comercio-e-bancos-voltam-a-funcionar-em-maputo-apos-manifestacoes.jhtm
Voltando ao trabalho, fui a Nelspruit – uma cidade da África do Sul muito próxima de Maputo. Deu tempo suficiente para perceber a grande diferença que existe entre os dois países. Senti que estava novamente nos EUA. É lógico que la também se vê miséria, mas aparentou ser muito mais isolada do que aqui. Alguns dados interessantes nas relações dos 2 países é que os grandes projetos empresariais em Moçambique tem entre 25% e 30% de capital sul-africano, o que faz do país o principal investidor estrangeiro em Moçambique, tendo grande influência nas indústrias da cerveja e do açúcar. Ainda, Moçambique importa 20 vezes mais da África do Sul do que aquilo que exporta.
A diferença se percebe até mesmo na paisagem quando se atravessa a fronteira:
Outro passeio que fizemos na África do Sul foi ao Kruger Park. É um dos maiores parques africanos com uma área de 20 000 km2 (Sim é gigante!). Num dia acredito que percorremos uns 10% no máximo – a uma velocidade variando entre 40 e 50km/h. Vimos girafas, macacos, babuínos, rinoceronte, zebras (inclusive uma cena erótica), gnus, kudus, elefantes, javalis, hienas, etc. Não conseguimos ver leões e nem leopardos! O passeio admite a entrada com carro próprio e a regra é em nenhuma hipótese ficar a pé (um pequeno sentimento de Jurassic Park toma a conta – mas com tanto tempo de carro e depois de beber algumas garrafinhas de água, tive que fazer uma parada para tbm marcar meu território). Foi uma experiência fantástica em que lembrei muito do gordinho, digo, do meu paizão – fã do Discovery Channel! Tbm não se podia dar comida aos animais, mas acabamos oferecemos umas bananas aos macaquinhos!
Vídeos no Youtube:
Também fomos a Suazilândia! Sim, que país é este?! A Suazilândia , oficialmente o Reino da Suazilândia é um pequeno país da África Austral, limitado a leste por Moçambique e em todas as outras direcções pela África do Sul. Suas capitais são Mbabane (administrativa) e Lobamba (legislativa). As línguas oficiais são o inglês e o swazi. A moeda é o Lilangeni, que acaba tendo um câmbio fixo no Rand (moeda da África do Sul, sendo que 1 rand ~ 5,2 meticais).O rei Mswati III possui 16 mulheres.
Fato curioso: “Em setembro de 2005, Mswati escolhe uma moça de 17 anos para ser sua 13º mulher. Poucas semanas antes, ele havia anulado a proibição de prática de sexo por mulheres de menos de 18 anos, vigente por quatro anos no país para combater a AIDS.”
A saúde pública enfrenta uma catástrofe: um terço da população adulta é portadora do vírus da AIDS, a mais alta taxa de contaminação do mundo. Ficamos 3 dias hospedados num Lodge – o suficente para relaxar – numa cidade chamada Manzini. No 1º dia pegamos piscina, no 2º visitamos uma cachoeira e no 3º fizemos uma trilha. Voltamos cansados pra casa, mas com a mente bastante organizada. Senti o povo mais tranqüilo que em Moçambique.
Vídeos Swazi:
Tentamos pela 2ª vez conhecer a Ilha de Xefina (uma ilha próxima a Maputo). Alugamos um barco a vela, mas o vento soprou contra e não conseguimos chegar. O melhor do passeio foi o Chuchu e o banho que a Ligia levou com o balanço do barco.
Conheci a praia do Bilene – um balneário de água salmora – mistura de rio com o Índico. Peguei uma festa no Rua D’Arte – uma balada que geralmente mescla Housing com tambores africanos (e de vez em quando um Roberto Carlos). Também tivemos Conferência Nacional da AIESEC com a grande maioria dos membros comemorando o 1º aniversário da AIESEC em Moçambique.
Enfim, a experiência em terras africanas tem sido ótima e já ultrapassei os 50% do tempo que tenho aqui. A saudade dos bons momentos também começa a bater. Uma notícia ruim? Sim! Fui roubado em casa! Perdi 100 dólares e por isso mudei de casa. Agora estou morando com a Dona Narima, uma mulher muito gente boa e simpática. Há males que vem para o bem, pois agora a comida é melhor, são dois banheiros com ducha em ambos, ar-condicionado no quarto e inclusive a companhia. A Narima trabalha numa ONG americana chamada World Vision, então até mesmo o nível da conversa melhorou. E o novo empregado: Antoninnho! Que faz um sanduba da hora!
É isso! Saudades imensas de todos! Família, amigos e namorada que agora tá lá em Portugal! iiiiii
forte abraço e bjo no coração de todos
Filmes sobre a África que assisti nos últimos tempos:
Em nome da honra – “Catch a Fire”, Luta pela liberdade – “Goodbye bafana”, Hotel Ruanda, O ‘ultimo rei da Escocia – “The Last King of Scotland”, Invictus
Blog do Tiago Maciel que mto recomendo a leitura:
http://www.dotsconnected.wordpress.com/
e tbm o Blog do Tiago Cruz – principalmente no Post “Visita”: